RESENHA- Fragmentos da Sua Alma - E.S. ERBSLAND
Bom dia! Não sou de comentar ou criar posts....Mas fiquei acordada até às 03 horas da manhã, lendo Fragments of Your Soul. Quero agradecer às equipes do PL e do Shifters . Bom vou tentar fazer uma breve resenha, sem dar spoilers. Desde já, me perdoem se eu escrever ou digitar algo errado. Dormi só 3 horas essa noite....Enfim, vamos lá. O livro vale a pena ser lido? SIM! MUITO! O livro é muito grande? SIM! Mas eu garanto a todas vocês: nenhuma página ou cena é desnecessária. Tem cenas hot? Poucas. É romântico? Depende do que cada leitor entende por romântico. Tem final feliz? ah! Esse é o pulo do gato!!!! O que é felicidade? Guimarães Rosa diz que "...felicidade, a gente encontra em horas de acaso." E? LEIAM PARA ENTENDER. Vou tentar explicar...O livro segue a estrutura de TODOS os livros que recriam, ou criam novas mitologias. Quem leu Tolkien, Lewis, Frank Herbert, vai entender. Eu acho que ele segue a estrutura das sagas escandinavas (tipo Beowulf), mas posso estar enganada...Quando comecei a ler o livro eu percebi onde o enredo ia levar: em primeiro lugar, a protagonista, Arvid é apresentada em seu mundo. Suas características, principalmente psicológicas (interessante que no caso dela, o físico não importa, porque vamos ficar muito interessadas nas características físicas do Loke, e só depois, vamos reparar nas características emocionais dele....). Depois, como ela foi parar no Mundo das Sombras. Daí começa a saga da Arvid: aprender a viver num mundo novo, costumes novos, línguas novas, achar um jeito de voltar para o Mundo da Luz. Com isso, vemos ela interagindo com os outros personagens. Lá pelas tantas, conhecemos o antagonista, que também é protagonista (leiam!). Mas AINDA estamos centrados na nova vida de Arvid e os desafios e tristezas pelos quais ela tem que passar. Na metade do livro percebemos que NADA é o que parece, e a história muda de foco e começamos a acompanhar a interação de Arvid e Loke. E a partir daí eu não posso falar mais nada, porque vou dar spoilers. Mas por que o livro é bom? Porque apesar de tratar de lendas, mitos, seres sobrenaturais, todos os personagens estão na mesma luta que nós: ganhar o pão de cada dia, conseguir trabalho, entrar na faculdade, pagar as contas, se apaixonar pela pessoa errada, se apaixonar pela pessoa certa, errar com a pessoa certa, acertar com a pessoa errada, e, principalmente, conviver com cada ato e escolha do dia a dia. Todos nós já fizemos coisas das quais nos arrependemos. Todos nós já nos arrependemos de não termos feito algumas coisas. E todos nós já tivemos que encerrar o passado e entender que quando tomamos uma decisão, devemos bancá-la e aprender a colocar um ponto final no que acabou. E a seguir em frente, mesmo quando a gente está acabado fisicamente, emocionalmente, porque o mundo não vai parar porque estamos tristes, desesperados, ou em luto. O mundo continua. A dor é nossa mas a felicidade também é só nossa. É por isso que eu gostei do livro: a vida deu um limão pra Arvid e ela fez uma caipirinha com ele. Ela fez o que tinha que fazer, com o que dava pra fazer naquele momento. E Loke, o deus do Caos, era o que era: o caos que todos nós carregamos dentro de nós: desejos não realizados, ou desejos muito bem realizados que nos levou para o lado errado. Já aviso aqui: Loke é direto na fala. Muitos vão se incomodar com as coisas e revelações sobre eles. Eu mesma lia e falava: como é que é? Mas tenham a mente aberta. Aceitem o Deus do Caos sem preconceitos. Todos nós temos um lugarzinho escuro e caótico dentro de nós. Quem já fez psicanálise sabe do que eu estou falando. Loke representa o inconsciente....Arvid o consciente. Só que nesse livro, o id é mais forte. Cabe a Arvid trazer o equilíbrio.....Vocês já leram O Poder do Mito? O Herói de Mil Faces? Esses livros nos dizem que todos nós estamos numa jornada solitária em busca de nós mesmos. Quando juntamos os fragmentos de nossas almas, ficamos inteiros e podemos nos amar e amar o outro. Então...podemos dizer que Arvid e Loke, cada um a seu jeito, estavam numa jornada solitária que, em algum momento, se encontraram. O que eram 2 caminhos se fundiram em um. E eles souberam apreciar a beleza desse encontro, transformando os 2 caminhos em um único....Para mim, o final é MUITO ROMÂNTICO e o livro vale a pena. Insistam. Leiam um livro diferente. Livros assim fazem bem pra alma. Juntam os nossos fragmentos e nos tornam inteiros, com um sorriso nos lábios, porque no final, percebemos que todos nós só queremos a esperança de sermos felizes.
Não tenho a pretensão de parecer culta, erudita, e nem sou psicóloga/psicanalista, mas esse livro me lembrou tantas coisas que eu aprendi sobre psicanálise! Loke não é imoral ou caótico: ele é o que é. Alguém com o poder dele (metamorfo e esse é o único spoiler que eu vou dar), pode apreciar a vida, o sexo, a natureza, de uma maneira que nós, meros humanos, jamais compreenderíamos. O que para nós é imoral, caótico, sujo, perverso, para ele, é um fragmento da própria alma. Eu acredito que as emoções dele são muito básicas. Ele mata porque pode matar, ele faz sexo e se apaixona (de diversas maneiras - LEIAM), simplesmente porque ele pode. Por isso ele é todo emoção (ID). Já a Arvid, a humana, teoricamente como todos nós, poderia fazer o mesmo: matar, amar, sei lá. Mas o que a impede e nos impede é o profundo senso moral e a caridade inata (EGO). Não que a Arvid seja um ser completamente racional. Ela é apaixonada, violenta e leal. Mas o senso moral dela é o que falta em Loke, e o egocentrismo de Loke é o que falta em Arvid. Ou seja: uma alma é um quebra-cabeça de fragmentos de luz e sombras, de moralidade e imoralidade. De bons pensamentos, e pensamentos pervertidos. De pureza e perversidade. De bondade e maldade. O que nos torna humanos é capacidade de saber que todos tem uma luz dentro de si, mesmo quando só vemos a escuridão aparente. Arvid viu a luz dentro de Loke e Loke viu a escuridão dentro de Arvid. Aceitar isso em si mesmo e no outro, é a grande aventura da vida. Mas, mais do que isso, eu creio que a grande lição do livro é: A FELICIDADE É UMA LUTA DIÁRIA. Não existe um período inteiramente feliz. Ao longo de 24 horas do dia, passamos por sensações boas, ruins, péssimas, estressante, porque a vida é assim mesmo. Ao lado do beijo apaixonado da companheira (o), tem o perrengue de não ter dinheiro pra comprar o sapato; ao lado da aprovação no emprego, tem a chatice de acordar às 05 horas pra pegar o ônibus. A vida é isso. É saber viver: saber quando investir com tudo por um sonho e quando colocar uma pedra no assunto, porque o assunto acabou. Essa é a grande virtude da Arvid: saber quando insistir e quando desistir. Essa é a lição que deveríamos levar para a vida.....
Resenha da Jô P.
Resenha da Jô P.
BOA LEITURA!
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